Julio Cesar Lima
A Polícia Federal deve retomar nos próximos dias as investigações sobre um possível Caixa Dois promovido durante a campanha da vereadora Renata Bueno (PPS) em 2008. O processo de investigação teve início no último mês, quando a promotora da 1ª Zona Eleitoral, Margareth Marye Bansolin Ferreira encaminhou para o Ministério Público e também para a Polícia Federal as denúncias feitas - uma por anonimato e outra por Paulo Duarte - que indicavam irregularidades nas contas da campanha, coordenada pelo pai da vereadora, Rubens Bueno (PPS), líder da Oposição na Câmara dos Deputados e presidente estadual da legenda. Os documentos entregues ao TRE em 19 de janeiro indicam a o valor de R$ 96.782,79 declarados, enquanto outros R$ 147.052,81 não tiveram suas declarações feitas, incluindo pagamentos de boca de urna e outros trabalhos.
Após as investigações o processo deve retornar à Zona Eleitoral e poderá ser oferecida uma denúncia contra Renata. No caso de condenação, a vereadora, que é pré-candidata do PPS para a Prefeitura da capital poderá ter inclusive seus direitos políticos cassados.
A denúncia sobre o possível Caixa Dois também rendeu uma crise interna legenda. O pré-candidato a vereador Paulo Duarte, o “Papai Noel”, foi expulso na quarta –feira (14) pelo Conselho de Ética, após questionar o partido sobre o encaminhamento do dossiê com as denúncias contra Renata. Para ele foi uma atitude de represália. “Entreguei os documentos para o TRE, pois acreditava ser o correto, pois o partido defende essa moralidade pública, mas como era com uma pessoa da cúpula resolveram me expulsar”, reclama.
Renata se defende dizendo que a expulsão de Duarte aconteceu por uma série de outros motivos. “Ele estava agindo dentro do partido a mando de outras pessoas e vinha provocando problemas antes de tudo isso”, afirma.
Com relação às denúncias, a vereadora coloca sob suspeita a autenticidade dos documentos que compõem o dossiê e disse que não recebeu notificação alguma sobre o assunto. “Esse material tem sido distribuído em muitos lugares e não há porque dar algum tipo de crédito. Estranho, pois isso tudo aconteceu posteriormente à nossa postura política de investigar as irregularidades da gestão de Derosso (João Cláudio, ex-presidente da CMC). Além disso, não fui oficializada de nada e isso serve para tentar atingir o partido”, disse.