Congresso em Foco
O ex-ministro da Defesa e do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim negou que o ex-presidente Lula tenha pedido ao ministro do STF Gilmar Mendes para que adiasse o julgamento do mensalão. Em entrevista à revista Veja, Mendes disse que, no escritório de Jobim, Lula lhe pediu para adiar a análise do processo e ainda insinuou que poderia proteger o ministro do STF de eventual investigação da CPI do Cachoeira, controlada pela maioria governista no Congresso.
Em entrevista à Veja, ele afirmou não ter presenciado toda a conversa. Disse que, nos trechos dos quais participou, o diálogo entre Lula e Mendes transcorreu em tom amigável.
Mas, em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, Jobim disse que Lula e Mendes não ficaram sozinhos e os dois nem mesmo conversaram a sós na copa do escritório, como relatou o ex-ministro do STF à Veja. “O tempo todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante todo o tempo nós ficamos juntos”, afirmou ex-ministro da Defesa. “O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá.”
Jobim ainda disse que, durante a conversa, o tema do mensalão ou da CPI não foi abordado. “De forma nenhuma, não se falou disso”, contou Jobim ao Estadão.
Inconveniente eleitoral
De acordo com o relato de Mendes à Veja, Lula disse que não seria bom julgar o mensalão em meio às eleições municipais. “É inconveniente julgar esse processo agora”, teria dito Lula, segundo o ministro do Supremo.
O ex-presidente lembrou a Mendes que o governo tem a maioria na CPI do Cachoeira e que poderia protegê-lo de eventuais investigações sobre uma viagem dele a Berlim, ainda de acordo com o relato do ministro do STF. Na capital da Alemanha, supõe-se que Mendes se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), um dos principais alvos da comissão de inquérito por ser ligado ao bicheiro Carlos Augusto Ramos.
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