Mesmo sob
protestos irados de alguns deputados, a Assembleia Legislativa do Maranhão
aprovou ontem por unanimidade a resolução legislativa que reduz de 18 para 15
os salários pagos aos deputados maranhenses. A votação ocorreu três dias após a
veiculação de reportagem sobre o assunto no programa Fantástico, da TV
Globo. A regalia havia sido revelada pela Folha de S. Paulo em março.
Desde 2002, em fevereiro e dezembro de cada ano, os deputados maranhenses
recebiam, além do salário de R$ 20 mil, outros R$ 50 mil mensais a título de
ajuda de custo. Esses pagamentos, segundo a Mesa Diretora, estavam sujeitos ao
desconto do Imposto de Renda, segundo informações do site Congresso em Foco.
O deputado Manoel
Ribeiro (PTB) lamentou a decisão da Assembleia e fez um discurso de repúdio
“contra as gangues que querem desmoralizar o Parlamento brasileiro e,
especialmente, a Assembleia Legislativa do Maranhão”. A deputada Graça Paz
(PDT) atribuiu as reportagens a uma “orquestração” feita contra a Casa
Legislativa “com a clara intenção de indispor os deputados contra a sociedade”.
O presidente da
Assembleia, Arnaldo Melo (PMDB), disse que acompanhará, a partir de agora, a
posição do Congresso. Só cortará o 14º e o 15º salários se os deputados e os
senadores aprovarem a mudança para a Câmara e o Senado. Os deputados estaduais
maranhenses também têm direito a outros benefícios, como auxílio-moradia,
despesas de gabinete, planos de saúde e verba para contratar assessores.
Chiadeira
federal
Os deputados do Maranhão não estão sozinhos na
lamentação. Dois senadores reclamaram dos “baixos salários” que recebem os
políticos brasileiros durante a votação da proposta que extingue o 14º e o 15º
salários no Congresso. “Eu não vivo do salário de senador, mas tenho pena
daquele que é obrigado a viver com R$ 19 mil líquido com a estrutura que temos
aqui. Sou favorável ao projeto, mas que a gente pense diferente quando se
propuser remuneração”, criticou Cyro Miranda (PSDB-GO).
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